terça-feira, 25 de maio de 2010

ESCOLA DA PONTE

Uma escola sem muros:
É uma escola aberta, construída por vontade dos professores. Tem oficina de trabalho, ou escola laboratório, que permite o desenvolvimento de uma pedagogia orientada, com a integração escola e vida diária, aliando o saber ao saber fazer.
Um espaço pode, no princípio de um dia de trabalho, acolher o trabalho de grupo, pode servir a expressão dramática, pela manhã e pode receber, no fim do dia, as crianças para um debate. Em um mesmo dia, o polivalente pode ser um espaço de cantina, de assembleia, de expressão dramática (teatro), de educação físico-motora;
O espaço e o tempo de aprender:
O derrubar das paredes libertou alunos e professores da rigidez dos espaços tradicionais e acompanhou o derrube de outros muros. Em conjunto com as alterações arquitetônicas atrás referidas, outras opções organizacionais marcaram a ruptura com o modelo tradicional de organização da escola que considerávamos não respeitar as individualidades de não favorecer o sucesso de todos;
Repensar a escola:
O que os professores da Escola da Ponte pretendem é o mesmo a que qualquer professor aspira: que as crianças aprendam mais, que aprendam melhor, que se descubram como pessoas, que vejam os outros como pessoas e que sejam pessoas felizes, na medida do possível. Esta ideia esteve presente desde a primeira hora, ao ser inscrita o projeto uma matriz axiológica assente na solidariedade e na autonomia;
Em nome da autonomia e da solidariedade:
Na Escola da Ponte, as crianças são tratadas como crianças e não como alunos. O Estatuto das crianças, a relação entre elas e com elas são imediatamente perceptíveis para quem visita a escola. As crianças apresentam-na aos visitantes como coisa sua, conhecem-lhe os meandros, dominam por completo os dispositivos pedagógicos, explicitam os porquês de tudo o que fazem, de tudo o que vivem;
Riscos e fragilidades:
O maior risco e fragilidades encontram-se no corpo docente. A maior parte dos formadores (da formação inicial ou não inicial) recorre a modelos de ensino em tudo contrários aos modelos teóricos que transmitem. Como conceber, então, uma ideia de mudança que assente sobre uma formação acrítica e contaminada pelo academismo? Isomorficamente, os formandos reproduzem os mesmos modelos de ensino, apesar e contra modelos teóricos que lhes foram transmitidos. "Há tendências claras para a 'escolarização' e para a 'academização' dos programas de formação de professores (...) apesar da retórica do 'professor reflexivo'." Como conceber, então, uma ideia de mudança, na ausência de uma dimensão reflexiva e praxcológica da formação?
As modalidades de formação mais ajustadas às necessidades dos professores a envolver no projeto parece serem as mais intensamente ligadas às práticas e, entre estas, o círculo de estudo foi o suporte das mudanças operadas na Ponte. Dois últimos anos, a experiência do estágio de formação contínua permitiu a criação de redes de colaboração entre professores e escola;
Disseminar ou contaminar?
Nos últimos anos, a Escola da Ponte, recebeu muitos milhares de visitantes, foi objeto de múltiplas investigações, matéria para teses, artigos e livros. Cremos que se tendeu, até, para alguma mitificação. Felizmente, ainda não é possível clonar projetos. A validade da experiência da Ponte deve, pois, ser relativizada. Houve fatores de emergência decorrentes de um contexto específico e que não poderiam ser replicados. O que possa ser transferível tem mais a ver com o espírito e a gramática do projeto. A Escola da Ponte apenas mostrou que há utopias realizáveis.
" Tudo é possível quando se tem coragem para realizar."

Um comentário:

  1. A reflexão sobre a Escola Da Ponte está boa. Procure, sempre, contextualizar a atividade. Informe que se trata de uma atividades da disciplina que considerou a leitura do texto (colocar o nome do texto e o autor) e, depois, uma refexão sobre o mesmo.

    Abs
    Ivan

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Introduzir só Multimídia para o aluno não é tudo, ele quer e precisa aprender sobre o mundo, sobre a vida, a descobrir seus verdadeiros sentimento e seus valores.
Nem sempre a criança consegue isso através da família. Não digo que isso seria papel da escola, mas se os dois setores (escola-família) andassem de mãos dadas, o aluno, o filho, enfim, seria bem melhor construir um cidadão de orgulhar qualquer sociedade.